A Capela do Rato e a experiência de fé estão indissociavelmente ligadas na vida da Teresa Frazão.

Viver a fé em comunidade, na família, com os amigos de dentro e de fora da capela, foram sempre eixos da sua vida.

Foi professora de português e francês do 2º ciclo durante 36 anos, até à aposentação.

Casada com o Manuel, de quem veio a enviuvar, mãe da Maria e do André e avó de meia dúzia de netos, a família foi para ela um esteio estruturante.

A par das atividades profissionais e militantes intensas, “os Frazões” mantinham a casa aberta aos amigos que a vida lhes ia acrescentando. Novos e velhos amigos de todas as idades. Os serões de sábado em sua casa eram ponto de encontro e de discussão aberta sobre os problemas do país, do mundo e da igreja.

O grupo de Liturgia da Capela do Rato, nos anos 80 do século passado, foi fundado pelo P. Peter Stilwell e animado por Manuel Frazão, com a sua sólida formação teológica de ex-seminarista. Foi “assessorado” implicitamente pela Teresa, porque trabalhavam normalmente como casal.

Desse contexto nasceram as primeiras Orações do Fiéis, em linguagem quotidiana, respondendo às questões do presente e fruto da reflexão conjunta inicialmente do grupo de Liturgia e depois da dupla Frazão.

Já na sua condição de viúva, a Teresa continuou a escrever e a reescrever as Orações do Fiéis que se rezavam não só na Capela do Rato como também, a certa altura, na paróquia de Stª Isabel.

Durante um período colaborou também com a Rádio Renascença a escrever a meditação diária, de que viria a resultar a publicação de livro coletivo.

Sempre foi pedido à Teresa que publicasse as Orações dos Fiéis para ajudar outras comunidades a rezar, mas ela achava que não valia a pena porque eram “só” o reflexo do tempo presente. Mas não é mesmo disso que precisamos?

A pergunta ficou sem resposta porque a Teresa foi ficando com a saúde cada vez mais fragilizada até que, na noite passada, o Senhor da Vida a chamou para outra dimensão. Repousa em Paz, querida Teresa!

 

O velório terá lugar na Paróquia da Santa Isabel, em Lisboa, a partir das 17 h do dia 21 de janeiro. No dia 22 de janeiro, pelas 14h, será celebrada a eucaristia de exéquias, na Igreja de Santa Isabel.