A 23 de outubro completa-se um ano da brusca partida do nosso querido José Alberto. Neste tempo de perda, fizemos luto, reinventamos vida familiar e comunitária, aprendemos a valorizar e agradecer a sua dádiva e a sua originalidade. Na eucaristia de domingo, 22 de outubro, às 11h30, a comunidade da Capela do Rato e a família farão memória agradecida da vida doada e partilha do José Alberto. Convidamos todas as pessoas, amigos e conhecidos do José Alberto e da Capela do Rato.
Traços biográficos de José Alberto Costa
O José Alberto nasceu a 18 janeiro de 1950, na freguesia de Santos o Velho, em Lisboa, cidade onde viveu toda a sua vida. Estudou no Liceu Camões e licenciou-se no ISEG – Instituto Superior Economia e Gestão, em Lisboa também. Anos mais tarde concluiu o doutoramento em Espanha, na Universidade da Estremadura.
A vida profissional do José Alberto foi intensa, mas sempre centrada na sua cidade. Passou por diversas empresas, ao mesmo tempo que desenvolvia atividade docente no ensino superior, com gosto, e por considerar que as duas dimensões se completavam. Esteve ligado a diversos projetos e instituições, pois não recusava nenhum desafio. Viveu e trabalhou dando o máximo, sempre com boa disposição e alegria, traços da sua personalidade que o distinguiam.
Entretanto casou, teve dois filhos e 6 netos.
A dimensão espiritual e religiosa foi sempre um aspeto importante na vida do José Alberto. Primeiro na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, a sua paróquia de nascimento onde iniciou a sua formação religiosa e onde colaborou em diversas atividades que relatava com entusiasmo. Era o tempo do Papa João XXIII, figura que muito admirava, o lançamento do Concílio Vaticano II que acompanhou desde o seu início com muito interesse, as colónias de férias em S. Martinho…
Mais tarde, enquanto estudante universitário esteve ligado às Conferências de S. Vicente de Paulo.
Entretanto a sua aproximação à Capela do Rato foi acontecendo. Era com animação que falava desse tempo, do Padre Alberto, do seu carisma e de muitas pessoas que por ali foram passando. Acompanhou quase todos os capelães, do mesmo modo que foi conhecendo a comunidade que ali se ía reconstruindo, com a entrada de cada novo assistente.
Hoje, olhando para trás, quase se pode dizer que a vida da Capela do Rato e do Zé Alberto se confundiram…
Já na idade madura, o José Alberto, desafiado pelo agora cardeal José Tolentino de Mendonça, iniciou a sua formação para Diácono Permanente. Aprofundou a sua espiritualidade que se traduzia numa disponibilidade permanente e entrega pessoal aos outros. Ficou colocado na Capela do Rato onde continuou a apoiar todas as atividades que ali se realizavam, assim como a sua comunidade e os diferentes grupos.
Em simultâneo, assumiu também, com igual dedicação, a função de assistente espiritual dos Estabelecimentos Prisionais de Lisboa e de Monsanto. Falava com interesse do que ali se ia fazendo, dos pequenos passos que iam dando, com esforço, mas com alegria e determinação.
O José Alberto, ao longo da sua vida, foi fazendo muitos amigos, uns com quem mantinha contacto regular, outros que, pelas circunstâncias da vida não estavam tão presentes, mas a quem gostava de ligar, nem que fosse no dia dos anos para dar uma palavrinha. Era uma pessoa de afetos!
Falta dizer que foi na Capela que nos conhecemos e casámos, no dia 3 Junho 1978, há 44 anos. O tempo ajudará a compreender a sua entrega, o seu caminho, o seu percurso…
Rita Ramalho Ortigão