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PROPOSTA DE CELEBRAÇÃO DA SEMANA SANTA EM CASA

   

DOMINGO DE RAMOS

 

Em cada casa, cada pessoa têm um ramo verde, para acompanhar a celebração da eucaristia on line (11.30h) a partir da Capela do Rato.

Após a leitura do evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, acenar com o Ramo e cantar em sintonia com a comunidade virtual do Rato.

 

QUINTA-FEIRA SANTA 

  • Sintonizar a eucaristia da Ceia do Senhor (19.30h)
  • Bênção para o pão a utilizar na refeição do jantar

Procura-se ter sobre a mesa um único pão (se for possível fazê-lo em casa, ainda seria mais significativo).

Antes de começar a refeição, a pessoa mais velha à mesa faz sobre o pão a seguinte bênção:

Oração para a Bênção do Pão

Bendito sejas tu, Senhor nosso Pai e rei do universo, que pela tua bondade e misericórdia, de tudo e todos cuidas e dás o alimento para todas as criaturas.

Abençoa Senhor este pão que muito agradecemos.

Neste pão, com a Tua graça, comprometemo-nos a assumir a vida de cada dia, feita de dores e alegrias.

Neste pão, pedimos a força do Teu amor para ultrapassarmos todas as dificuldades, ajudar quem precisa e, juntos, construirmos um mundo melhor.

Ámen.

 

A pessoa mais nova parte o pão e distribui pelas outras pessoas.

 

                

SEXTA-FEIRA SANTA

  • Sintonizar com a celebração da Paixão do Senhor, presidida pelo Santo Padre, ou pelo Cardeal Patriarca.

Propõe-se o gesto de escurecer a casa (fechar algumas janelas)

Preparar uma mesa ou um pequeno móvel com um pano branco e colocar uma vela acesa diante do crucifixo.

 

Adoração da Cruz

Após o seguimento on line da Paixão do Senhor, propõe-se em família a pequena celebração:

Leitura do evangelho segundo S. João (Jo 19,17-42)

Levando a cruz, Jesus saiu para o chamado Lugar do Calvário, que em hebraico se diz Gólgota. Ali O crucificaram, e com Ele mais dois: um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu ainda um letreiro e colocou-o no alto da cruz; nele estava escrito: «Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus». Muitos judeus leram esse letreiro, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade. Estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam então a Pilatos os príncipes dos sacerdotes dos judeus:

R «Não escrevas: ‘Rei dos Judeus’, mas que Ele afirmou: ‘Eu sou o rei dos Judeus’».

N Pilatos retorquiu:
R «O que escrevi está escrito».

N Quando crucificaram Jesus, os soldados tomaram as suas vestes, das quais fizeram quatro lotes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica.
A túnica não tinha costura: era tecida de alto a baixo como um todo.
Disseram uns aos outros:

R «Não a rasguemos, mas lancemos sortes, para ver de quem será».

N Assim se cumpria a Escritura: «Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica». Foi o que fizeram os soldados.

Estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe:

J «Mulher, eis o teu filho». N Depois disse ao discípulo: J «Eis a tua Mãe».
N E a partir daquela hora,  o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse:

J «Tenho sede».
N Estava ali um vaso cheio de vinagre.

Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:

J «Tudo está consumado».
N E, inclinando a cabeça, expirou.

N Por ser a Preparação, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.  Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram». Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho.  José veio então tirar o corpo de Jesus. Veio também Nicodemos, aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus. Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes, como é costume sepultar entre os Judeus. No local em que Jesus tinha sido crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora sepultado. Foi aí que, por causa da Preparação dos Judeus, porque o sepulcro ficava perto, depositaram Jesus.

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

Momento de silêncio

 

Em silêncio cada pessoa adora a cruz, sinal da vida dada por amor (faz um gesto de profunda reverência com a cabeça, ajoelha-se…). Cada um depõe aos pés da cruz o ramo que teve na mão, em Domingo de Ramos. Põe-se um pano ou fita vermelha sobre os lados da Cruz. Se possível, canta-se um cântico adequado e apaga-se a vela.

 

À noite seguir transmissão da Via Sacra com o Papa, em Roma.

 

 

SÁBADO SANTO

Tempo de grande silêncio. Casas ainda escurecidas. Gestos a fazer conforme a circunstância de cada família.

Tentemos valorizar, sobretudo, uma dimensão de silêncio e de jejum comunicativo (ex.: desligar os equipamentos, não ler email, nem mensagens, não atender telemóveis, ou ligar a televisão…); Prepararmo-nos para a Ressurreição do Senhor: Vida nova

Oração da manhã, aos pés da cruz, acendendo a vela. Decorar a casa e preparar em família a refeição da Páscoa. Pode-se prever um centro de mesa com pão e uvas, flores de papel, velas.

 

 

DOMINGO DE PÁSCOA

  • Abrir as janelas, colocar, no que for possível, sinais de festa, valorizar o branco pascal, as flores (dimensão primaveril e de alegria).
  • Colocar na cruz uma dimensão de beleza. Pode ser uma flor, até de papel (e não for possível de outro modo), retirar a fita vermelha e colocar uma branca.
  • Seguir transmissão on line da eucaristia de Domingo de Páscoa a partir da Capela do Rato (11h30).
  • Encontrar um sino ou uma campainha para tocar durante o Glória e no fim da missa com o Aleluia ir tocar o sino à janela.

Oração com a bênção para a refeição da Páscoa:

 

Senhor Jesus Cristo, o Vivente de entre os mortos,

em tua morte atravessas todos os nossos infernos.

Pela força da tua ressurreição nos arrebatas,

contigo, na dança ascensional da vida.

 

Na Páscoa deste ano tu nos dizes:

«Desperta, tu que dormes,

porque eu não te criei para que permaneças cativo dos mortos.

Levanta-te de entre os mortos;

Eu sou a vida dos mortos.

Levanta-te, obra das minhas mãos;

levanta-te minha imagem e semelhança:

Levanta-te, saiamos daqui;

tu em Mim e Eu em ti;

somos um só»[1].

 

Hoje compreendemos melhor que a nossa fé em Ti

é verdadeiramente pascal:

A força do teu amor até ao fim

atravessa e rebenta os abismos da morte;

faz-nos viver e ressuscitar.

 

Abençoa-nos, Senhor da vida em plenitude:

Abençoa cada um(a) de nós, as nossas casas, no presente tão concentradas;

abençoa os hospitais e todo o pessoal da saúde onde a ressurreição hoje acontece.

Não nos deixes indiferentes à morte social dos mais pobres, desamparados e excluídos.

 

Senhor Jesus Cristo, Tu és o Vivente:

Abençoa a humanidade inteira que luta pela vida ameaçada.

 

(P. António Martins)

 

[1] Antiga homilia do século IV.