“Deus está antes do dom” e o de Carminho é “abrir portas”
Nas “Conversas sobre Deus”, moderadas por Maria João Avillez, a fadista Carminho falou do seu dom, explicou que a sua vocação não é cantar e confessou que quis ser carmelita.
“Nasce-se artista”, garantiu Carminho numa conversa numa noite fria em que a Capela do Rato se encheu para ouvir a fadista, não a cantar, mas a percorrer as suas memórias de infância e juventude e a mergulhar na sua fé.
Depois de batalhar com o microfone, Carminho foi respondendo às perguntas que a jornalista Maria João Avillez lhe colocou. Sobre a “luz da sua voz”, a fadista falou de um “dom” e explicou que tinha uma “bênção” de ter descoberto a sua vocação. Mas desenganem-se os que pensam que essa vocação é o fado. Carminho afirma que “a vocação não é cantar” e explicou que a sua vocação está na forma como, através do canto, chega aos outros e conclui: “A minha vocação é abrir portas”.
Questionada sobre se estava a falar de Deus, Carminho disse que sim porque “Deus está antes do dom, o dom foi dado por Ele”. Esta pré-existência manifesta-se através de “pistas” e é preciso “cruzar informação”. A fadista diz não acreditar em coincidências e sublinha que é preciso ler a Palavra de Deus.
Das memórias de juventude, Carminho recordou uma viagem que a levou por paragens tão distantes como a Índia, Timor ou Brasil. Da passagem por Calcutá lembrou que “quis ser carmelita” e riu-se ao concluir que “iria infernizar o Carmelo”. Foi na Índia que se encontrou consigo própria, foi essa a grande revelação dessa viagem que deixou sementes das quais disse ainda hoje estar “a colher frutos”.
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Carminho: Deus é como uma «montanha russa»
Deus é como uma «montanha russa» que desinstala e desafia a ir mais longe, afirmou a cantora e compositora de fado Carminho, no ciclo de conversas sobre Deus organizado pela comunidade da capela do Rato, em Lisboa.
Entrevistada esta quarta-feira pela jornalista Maria João Avillez, em diálogo de que reproduzimos alguns excertos no vídeo publicado logo após este texto, a fadista reconhece que é uma «grande bênção» ter descoberto a «vocação».
Carminho entende que essa «vocação» vai para além do canto, embora a ele recorra, tendo como propósito final dar paz e alegria ao próximo, que tanto pode ser um menino de rua como o público que assiste aos seus espectáculos.
A volta ao mundo, e em particular o voluntariado que prestou na cidade indiana de Calcutá, com as Missionárias da Caridade, foi um dos principais temas da conversa.
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura – ler o artigo completo aqui.