O padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) e responsável pela Capela do Rato, em Lisboa, considera que Sophia de Mello Breyner Andresen é símbolo de “uma portugalidade de excelência”.
O sacerdote e poeta madeirense falou à Agência ECCLESIA a respeito da trasladação do corpo da escritora para o Panteão Nacional, uma cerimónia marcada para 2 de julho cujo percurso, desde percurso o Cemitério de Carnide, em Lisboa, inclui uma passagem pela Capela do Rato, onde será celebrada Missa, e pela Assembleia da República.
Numa altura em que Portugal precisa “de símbolos, de mulheres e de homens que corporizem um ideal de nação”, o padre Tolentino Mendonça entende que a distinção é “absolutamente” certa.
Em declarações publicadas nas mais recente edição do Semanário ECCLESIA, cujo dossier temático é dedicado a Sophia de Mello Breyner, o poeta e ensaísta diz que a vida desta escritora foi marcada por uma “perceção profunda daquilo que os portugueses são como povo” e ao mesmo tempo por uma “grande abertura ao mundo”.
Toda a sua “criação poética” deixa transparecer uma mensagem de “empenhamento no mundo, uma grande atenção ao real”, o que “num tempo em que faltam mestres de humanidade, do que é ser pessoa”, representa “um legado incalculável”, acrescenta.
O capelão da Capela do Rato acredita que a trasladação de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional pode servir de inspiração para várias “gerações”, dado que “a sua obra é um legado profético, sempre desafiador”, que aponta para o “futuro” e tem um caráter “absolutamente transversal”.
“Sendo um clássico da nossa língua, Sophia tem um discurso legível para todos, desde um operário a um intelectual, todos são capazes de entender o significado e a força da sua palavra”, realça o padre Tolentino Mendonça.
Agência Ecclesia – ler notícia completa aqui.