Não se sabe – nunca se sabe – como Deus interpela cada um, o chama e o toca. “Se na casa de meu Pai há muitas moradas”, em Deus há muitas formas de interpelar. Um breve murmúrio, um silêncio partilhado, um súbito pedido ao dobrar de um dia, um anúncio, um sinal, um aviso. Uma provação. Um chamamento. Os modos de Deus são muitos, como são as suas moradas.

Mas…e nós face a Ele? Como O levamos dentro de nós, se fomos bafejados pela graça de uma inspiração que nos transcende? A fé ilumina a criativida-de ou transtorna-a? Bach ou Boticcelli estavam a falar com Deus quando pintavam ou compunham? Criar é uma forma de O interpretar? De O dar a conhecer? De transcender os limites da nossa existência?

Se Deus nos ofereceu talentos que se tornaram de pertença pública e parti-lhável, como “levá-Lo” aos outros? Num écran de televisão, numa descober-ta científica, na regência de uma orquestra, na presidência de um país, numa tela, num palco, num campo de desporto?

Um criador cristão alcançará melhor o sentido da transcendência?

É o que me proponho perguntar a algumas dessas pessoas partilhando as respostas com a Capela do Rato. Ouvindo o seu testemunho de vida na cida-de contemporânea. Ouvindo-as falar de beleza e espiritualidade; de como a arte, a música, a ciência, a cidadania, podem tocar o sagrado. Ou de como foi possível ver um tão grande rio de beleza estética, artística, musical, cénica, como o que vimos correr nas recentes Jornadas Mundiais da Juventude.

Em quatro semanas do mês de Novembro, virão à Capela ter connosco:

  • Sebastião Bugalho – Jornalista, Dia 8 (19h00)
  • Matilde Trocado – Encenadora + David Lopes – Gestor (JMJ), Dia 15 (19h00)
  • Martim Sousa Tavares – Maestro, Dia 20 (19h00)
  • Ilda David – Pintora, Dia 29 (19h00)

Deus é sempre o melhor dos temas mesmo quando parece não haver resposta. Mas só “parece”, como bem sabemos.

Gostava muito que viessem à Capela, o Padre António Martins e eu própria cá estaremos à vossa espera com os nossos convidados.

Maria João Avillez