Madalena Hörnig
«Fortalecei as mãos fatigadas e
robustecei os joelhos vacilantes. (Is 35, 3)
Senhor, entregamos-te as nossas fadigas,
os nossos desânimos, o nosso caminhar vacilante.
Em tuas mãos de ternura
colocamos as nossas mãos exaustas.
Entregamos-te todos os esforços pela paz
que parecem inúteis, os pequenos passos
de quem não desiste de manter viva
a chama do diálogo no meio do conflito.
Dá-nos coragem em nossos medos,
consola-nos em nossa dor,
renova a alegria em nossa tristeza.
Com a força do teu Espírito,
ajuda-nos a fortalecer as mãos fatigadas,
a robustecer os joelhos vacilantes
de quem colocas em nosso caminho
e nos convoca à compaixão e ao cuidado.
Pe. António Martins
Memória descritiva
Esta passagem é um convite a aceitar a mão de Deus para rejuvenescermos na nossa fé, esperança e caridade. Por isso, escolhi uma palete mais brilhante que representasse esses atributos, incluindo também o vermelho, que representa os nossos cansaços e a nossa humanidade. Com as sementes, criei um trilho de novos caminhos e novas oportunidades. A figura central representa-nos, e alude também à água e à mudança.
Mas o que é que provoca estas mãos cansadas, estes joelhos vacilantes?
Penso que haverá várias opções. Para começar, uma vida de incerteza e desânimo, na qual falta a esperança. Isto leva a uma predisposição para o pessimismo, que por si traz a tristeza e a fúria, danificando a nossa paz interior e as nossas relações com os outros. Outros podem estar cansados de levar uma vida na qual lutam pela esperança e pela paz exterior e perdem todos os dias.
Por isso, temos de nos fortalecer a nós e aos outros, recebendo as mãos dos outros, e estendendo as nossas a quem mais precisa. Este é o caminho para dar um novo sustento à nossa vida e semear novos trilhos de esperança e de luz.
Madalena Hörnig
Madalena Hörnig nasceu em Lisboa, em 2004. Terminou a Escola Artística António Arroio em 2022 e planeia seguir estudos em Arquitetura.