Uma comunidade feita de pequenas comunidades
O tempo que vivemos foi propício ao afastamento e isolamento das pessoas que, em virtude do confinamento, se recolheram nas suas casas e famílias, defendendo-se e protegendo-se de um vírus que viria a impor uma mudança tão radical nas nossas vidas.
Esta situação inesperada teve um impacto directo nas comunidades, nomeadamente na nossa, com consequências ao nível do crescimento da solidão, dispersão e aparecimento de muitas mais fragilidades…
O surgimento da Encíclica Fratelli Tutti veio no momento certo: início do ano pastoral, apresentando-se assim como proposta de trabalho, ótimo programa, não só pelo conteúdo em si, a fraternidade, mas também porque poderá ser um potencial projeto de crescimento pessoal/ comunitário.
Nesta conjuntura, e na tentativa de nos adaptarmos aos tempos que vivemos, procurando ultrapassar a dificuldade de nos juntarmos em grande grupo, e tendo em mão uma nova Encíclica, surgiu a ideia de nos organizarmos de uma outra forma, para refletir sobre este documento que tão oportunamente nos é oferecido.
Uma vida mais fraterna para todos é a proposta do Papa Francisco. Uma tarefa tão importante requer da nossa parte um tempo de leitura e de maturação diferentes.
Numa tentativa de fazermos o caminho certo, podemos adotar um modelo de trabalho mais adequado, o de Círculos de Estudo, baseado na formação de pequenos grupos que se organizam com o propósito de reflexão conjunta, mais ativa.
Sabendo da importância desta carta, para uma reavaliação do modo como temos vivido, os Círculos de Estudo são uma metodologia de funcionamento que pode permitir uma melhor apropriação do seu conteúdo, através de uma reflexão mais aprofundada, no sentido de um processo de mudança interior. Acresce dizer que este modelo possibilita em simultâneo o desenvolvimento pessoal e o envolvimento de toda a comunidade, não deixando ninguém de fora, e ajudando ao seu crescimento.
Nos tempos atuais, este modo de organização pode ter uma importância acrescida porque promove a aproximação das pessoas que se encontram mais isoladas, ajudando a criar um sentido de pertença…
Não será esse um dos objetivos da Encíclica? Apresentar novos caminhos, mais voltados para os outros e mais inclusivos, começando pelos que nos são mais próximos, porque não tentar?
Para facilitar a organização dos grupos apresentam-se algumas sugestões:
Os grupos podem ter entre 4 a 8 participantes. A sua formação pode ser feita pelos próprios elementos, de forma espontânea. No caso de haver dificuldade de encontro, pede-se o envio do nome, assim como respetivo contacto, para o email da Capela (capeladorato@gmail.com), para que se possa apoiar na formação dos grupos. Importante mesmo é que ninguém fique de fora…
Finalmente, pede-se a informação da existência do grupo, para contacto futuro.