Optar por abrir um livro de espiritualidade é, antes de mais, experimentar uma certa curiosidade. É pressentir que a fé, a oração e o espírito se alimentam e que o coração pode beber de outras fontes. Muitas vezes os santos deixaram textos e há numerosos escritores que exploraram a dimensão espiritual da existência.
Longe de oferecer uma leitura piedosa, distante, a expressão espiritual coloca o leitor em sobressalto, toca-o intimamente, questiona-o. E hoje há uma variedade abundante, com diversos estilos.
«As pessoas não sabem o que procuram, mas vêm porque têm necessidade de ser alimentadas», explica uma livreira de Paris. Uma necessidade que pode ser causada por duas situações bem diferentes, mas que conduzem sempre à vida espiritual.
Há os casos em que a fé é vivida com simplicidade, regularmente, e nasce o desejo de aprofundar a oração, a leitura da Bíblia, o conhecimento de Cristo. Ou então sucede uma provação que vem perturbar a vida interior; face à doença, a dificuldades de relação, ao luto, o livro pode tornar-se um espaço de respiração, de conforto, de repouso.
Phillipe, 45 anos, pai de família e quadro numa empresa, percebe bem quando o ritmo quotidiano embala. É então que escolhe um livro, não demasiado grosso, e desfruta de uma leitura contínua durante uma hora: «Recentemente reli, talvez pela 20.ª vez, um livro de Christian Bobin… Conheço-o quase de cor, mas as palavras sossegam-me, guardam sempre o seu sabor e reanimam em mim o gosto de Deus».
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura – ler artigo completo aqui.