É difícil sustentar que o papa Francisco não seja o melhor político no mundo após a sua viagem à Terra Santa neste último fim de semana. Em cinquenta e cinco horas, o septuagenário bispo de Roma visitou três países, pronunciou quinze discursos, plantou duas árvores e manteve uma conferência de imprensa revolucionária de quarenta e cinco minutos. Com um fim de semana cheio de momentos de sucesso, poderia parecer algo ousado afirmar que algum se destacava entre todos. Mas se há um que terá um impacto duradouro na região, foi a surpresa dominical do papa Francisco.
Enquanto celebrava a missa ao ar livre em Belém, Francisco, inesperadamente, convidou o presidente israelita Shimon Peres e o presidente palestino Mahmoud Abbas a irem ao Vaticano, em junho, para um encontro de oração e de diálogo. No espaço de uma hora, ambos aceitaram.
A abertura conseguida por Francisco é particularmente assinalável se se consideram os esforços falhados dos EUA, no início da primavera, para sentar as duas partes à mesa e dar início a conversações de paz negociadas. Porém, este poderá ser o impulso de que o secretário de Estado John Kerry precisa para reavivar este processo de paz, que tem estado especialmente adormecido nos últimos quatro anos.
Quase a seguir, contudo, comentadores procuraram diminuir o encontro. David Levy disse ao “The New York Times” que o encontro «não significará nada em termos do quadro global». David Horowitz, editor do “Times”, de Israel, acrescentou que «seria ingénuo pensar que ver Peres, Abbas e o papa a fazerem alguma coisa juntos vai mudar o mundo». Todavia, admitiu que o encontro ajudaria o «esforço para favorecer uma atitude mental diferente entre israelitas e palestinos».
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura – ler artigo completo aqui.